Os últimos programas do 1° turno (2006)


Os programas eleitorais terminam como começaram, com os mesmos defeitos e qualidades. De novidade apenas o (até agora) atraso no pagamento dos profissionais contratados pela senadora Heloísa Helena para realizar seus programas de TV.

A cartilha tucana-pefelista foi seguida até o fim. Aliás, depois de matar o Covas em todos os programas, na última edição pulou-se essa parte com um singelo "em 2001 assumiu o governo". Também saltou aos olhos no último programa a quantidade de senhoras de mais de 60 anos declarando seu voto, sua admiração seu carinho pelo candidato. Fiquei na dúvida se há um grande contingente de indecisas nesse público, ou se elas são a maioria dos votos do Geraldo. E Alkmin terminou sua participação prometendo ordem, progresso e comandar a segurança. Ironia ou cara de pau. Não há outra hipótese para o gênio criativo que derramou seu talento no tele-prompter tucano, fazendo-o brilhar com suas frases sem verbo.

O último programa petista foi surrupiado em 4 minutos pela barbeiragem do candidato Jaques Wagner na Bahia ter usado falas do presidente. (Alguém sabe quem foi seu "marqueteiro"? Mais um aloprado que merece o ostracismo). À noite, foi ao ar um condensado do programa da tarde. Nenhuma novidade para último programa: D. Mariza representando a família, Lula fora do estúdio, a velha imagem de pessoas se dando as mãos em vários lugares do país, e emoção na leitura, por Lula, atores e apresentadores, do poema de Gilberto Freire "O outro Brasil que vem aí". Tudo no lugar certo, mais uma vez erro zero.

Heloísa Helena teve um direito de resposta ocupando quase todo o seu programa final, mas dadas suas últimas aparições, foi melhor assim. Definitivamente ler tele-prompter não combina com a candidata das Alagoas.

Já Cristovam finalmente conseguiu fazer um programa para adultos, porém ruim. Biografia xinfrim a esta altura do campeonato? Realmente, a sua vaidade consegue ofuscar o nobre tema que sempre foi do PDT, mas nunca foi o seu. Para quem tem memória, a Bolsa-escola era sua bandeira, e ele disputou o tempo todo a autoria do projeto com o PSDB. Quando achou que tinha ganho, vem o Bolsa-família e zás, seu patrimônio eleitoral se desmanchou. E que eu saiba o setor de educação de Brasília não tem saudades do ex-governador.
O "imprensalão" continua a fazer das suas 

O clipping do Noblat publicou ontem que os cientistas políticos concordam que Lula será eleito no primeiro turno, exceto um, Antônio Lavareda. Lavareda cientista político? E no mesmo clipping o mesmo plumitivo diz que o otimismo grassa nas hostes direitistas por causa de uma pesquisa contratada que diz existir possibilidade de segundo turno. Pesquisa realizada por...Antônio Lavareda, o cientista político que acredita.
22:30, TV Globo, a primeira pergunta vai para Lula 

Dos eleitores de Lula, 20 % podem mudar de voto (10% dos seus 50%), com 25% de audiência média no debate seriam 2,5% do total de eleitores de Lula e mais 2,5% de indecisos a serem conquistados pelo trio presente ao debate. Ou seja, todos os disponíveis teriam que ir para o colo de um dos 3. E ainda, nenhum eleitor do Cristovam e da Heloísa Helena poderia se envergonhar de vê-los fazendo o jogo da direita e passarem a votar em branco ou mesmo em Lula.
"O diabo é ter fé", como diz o livre-pensador Raul Moreira.
A importância do debate 

Para o Jornal da Globo, o país se mobilizou: "...no Recife, mais de 100 pessoas em um bar...","...em Belo Horizonte, 60 pessoas se reuniram...","...em Brasília, 60 pessoas assistiram em um telão de 2 metros quadrados...".

Para o Lula, não havia "nada mais importante do que estar em São Bernardo do Campo, onde sua carreira começou".

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